Mom's Departure

Despedidas nunca são fáceis. Foram dois meses que minha mãe conviveu aqui com a gente. 

Foram momentos muito bons e tenho que dizer que fiquei muito orgulhoso da minha mãe. Veio para cá, sem falar Inglês direito. Fez amizades com os vizinhos, os donos de lojinhas próximas de minha casa. Ia para o centro da cidade sozinha, de ônibus, o qual já de cara você tem que comprar o ticket e isso em inglês, com motoristas nem sempre simpáticos. Foi para Bali, comprou um monte de coisas... tudo sozinha. Realmente não é fácil fazer isso sem conhecer muito bem a língua que todos falam, porém ela se saiu pra lá de bem.

Bom, fomos para o aeroporto. Caminho até lá, silêncio dentro do carro. Nenhuma palavra se quer. Pelo espelho buscava a imagem da minha mãe e conseguia perceber a saudade aumentar a cada metro percorrido. Não é fácil. Engoli várias vezes a seco um choro que insistia em me perseguir.

Chegamos cedo ao aeroporto. Malas despachadas. Vamos jantar. Clima estranho. Minha mãe nem com fome estava. Estranho também. Infelizmente vi minha mãe realizar seu último ato de violência aqui na Austrália. Levantou calmamente e em direção de uma pobre e inofensiva barata ela foi. Bruscamente pisou na coitadinha, que óbvio foi primeiramente avistada pela Ana. O barulho da morte daquele ser ecoou pelos corredores do saguão do aeroporto e minha mãe como quem não fez nada, ao nosso lado sentou aos olhares estarrecidos de todos os presentes.

Hora de partir. Sensação estranha. Não foi nada bom ver minha mãe entrar na porta de embarque para fazer sua viagem de volta ao Brasil. Caminho de volta para casa também não foi bom. No dia seguinte, olhei para o quarto da minha mãe... vazio! É ela realmente se foi.

O duro foi ver as fotos no outro dia e minha mãe chorando em meus braços. Aperto na garganta.

Obrigado por tudo mãe!